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Filhos de mulheres vítimas de feminicídio: como garantir o acesso a pensão especial.

O Brasil ocupa a posição de quinto país com maior índice de mortes violentas de mulheres. Esses números refletem uma realidade preocupante, em que muitas famílias são diretamente impactadas por situações de violência.

Além das marcas deixadas na sociedade, um grupo em especial sofre ainda mais: os filhos dessas mulheres.

Diante disso, para minimizar os impactos sociais e econômicos sobre os dependentes, o governo, em 2023, criou a pensão especial para filhos de mulheres vítimas de feminicídio.

Essa medida busca garantir um suporte financeiro para ajudar os filhos a manterem condições mínimas de dignidade, especialmente em um momento tão delicado.

A assistência é concedida pelo INSS e não exige contribuições previdenciárias da vítima. Com isso, o benefício se consolida como uma ferramenta essencial de proteção social, voltada a dependentes em situação de vulnerabilidade.

Neste artigo, você poderá entender mais sobre o tema, como funciona a pensão especial, quem tem direito, quais são os passos para solicitá-la e a importância de contar com suporte especializado, caso encontre dificuldades no processo.

Pensão Especial

A Pensão Especial destinada aos filhos de mulheres vítimas de feminicídio foi instituída pela Lei nº 14.717/2023, sendo um avanço no amparo social às vítimas indiretas dessa violência.

Essa assistência tem o objetivo de proporcionar melhores condições de vida e dignidade aos beneficiários, reconhecendo a vulnerabilidade social dos dependentes que perdem a figura materna em decorrência de um ato de feminicídio, e oferecendo um suporte financeiro essencial para minimizar os impactos dessa tragédia.

Diferentemente da pensão por morte tradicional, que depende de contribuições ao INSS, a Pensão Especial tem caráter assistencial. Isto é, ela não exige vínculos previdenciários da vítima, sendo voltada exclusivamente para atender aos critérios sociais e econômicos estabelecidos na legislação.

O valor da pensão é equivalente a um salário mínimo vigente, garantindo uma renda mínima para os filhos ou dependentes da mulher vítima de feminicídio.

Quem tem direito? 

A Pensão Especial para filhos de mulheres vítimas de feminicídio foi criada pela Lei nº 14.717/2023, buscando amparar aqueles que enfrentam uma situação de extrema vulnerabilidade, atendendo jovens que perderam suas mães de forma trágica e que, muitas vezes, ficam desamparados emocional e financeiramente.

Para garantir que o auxílio chegue a quem realmente necessita, é fundamental atender a critérios específicos definidos pela legislação, sendo eles:


→ Ser menor de 18 anos
→ Ser filho ou dependente de mulher vítima de feminicídio
→ Possuir renda familiar mensal per capita igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo
→ Não estar recebendo nenhum outro benefício previdenciário ou assistencial.

Com esses critérios, o objetivo é priorizar aqueles que se encontram em maior situação de vulnerabilidade. O foco não é apenas garantir um valor financeiro, mas oferecer uma rede mínima de proteção para que os beneficiários possam seguir com suas vidas.

Embora os requisitos sejam objetivos, o caminho para comprovar o direito ao benefício pode ser desafiador. Apresentação de determinados documentos, declarações e até mesmo comprovações específicas de vínculo e dependência podem ser exigidos.

Por isso, é preciso ficar atento ao que é pedido e buscar ajuda de um advogado especializado, se necessário.

Como conseguir acesso a esse benefício?

O processo para solicitar a Pensão Especial é realizado junto ao INSS e pode ser iniciado de forma presencial, em uma agência, ou virtualmente, pelo portal Meu INSS.

Antes de dar entrada, é fundamental reunir toda a documentação necessária, como certidões que comprovem o vínculo com a vítima, comprovantes de renda familiar e documentos oficiais que atestem o feminicídio.

Ao acessar o portal ou comparecer à agência, é necessário preencher o requerimento corretamente e anexar todos os documentos exigidos. Uma análise será feita pelo INSS para verificar se o solicitante cumpre os critérios legais para concessão do benefício. Caso algo esteja incompleto ou incorreto, o processo pode ser negado, mas há possibilidade de recorrer.

Com isso em mente, estar bem preparado para cumprir todas as etapas é essencial. No entanto, quando surgem dúvidas sobre o procedimento ou a documentação, contar com orientação especializada pode fazer toda a diferença, especialmente para evitar falhas que comprometam o andamento da solicitação.

A importância de procurar ajuda especializada

Embora o processo de solicitação da Pensão Especial pareça simples à primeira vista, ele pode envolver questões que dificultam o acesso ao benefício, como documentação incompleta, interpretações equivocadas dos critérios legais ou até mesmo falhas no preenchimento do requerimento são situações que frequentemente levam à negativa do pedido.

Um advogado especializado em direito previdenciário pode atuar como um aliado neste momento, não apenas orientando sobre os passos corretos a seguir, mas também auxiliando na organização dos documentos e na análise prévia de todos os critérios exigidos pelo INSS.

Outro ponto importante é a análise individual de cada caso. Muitas vezes, questões específicas podem passar despercebidas por quem não tem familiaridade com a legislação ou com os trâmites administrativos. O advogado pode identificar oportunidades ou ajustar estratégias para aumentar as chances de sucesso no processo de concessão do seu benefício. 

Além disso, em casos de negativa, o profissional tem o conhecimento necessário para recorrer e buscar a concessão do benefício de forma mais eficiente.

Investir no apoio de um especialista é, portanto, uma decisão que oferece mais segurança e assertividade ao longo do caminho. Garantir o acesso ao benefício é essencial para que os filhos de mulheres vítimas de feminicídio tenham o amparo necessário, e buscar orientação pode ser o primeiro passo para isso.

Conclusão

A Pensão Especial para filhos de mulheres vítimas de feminicídio é uma medida que busca trazer amparo a jovens que enfrentam não apenas a perda de suas mães, mas também desafios financeiros e sociais decorrentes dessa ausência.

Instituído pela Lei nº 14.717/2023, esse benefício é mais do que um auxílio financeiro, ele simboliza um compromisso com a proteção e o cuidado dessas vítimas indiretas.

Embora o acesso ao benefício tenha critérios bem definidos e um processo estabelecido, é fundamental reconhecer que cada caso possui particularidades. Por isso, compreender todas as etapas do pedido, organizar a documentação e buscar informações claras são passos indispensáveis para garantir o direito.

Se o processo parecer complicado ou se dúvidas surgirem ao longo do caminho, é importante não hesitar em buscar apoio especializado. Profissionais capacitados podem orientar e facilitar o trâmite, aumentando as chances de sucesso e assegurando que o benefício chegue a quem realmente precisa.

Se você ficou com alguma dúvida ou deseja compartilhar sua experiência, deixe um comentário abaixo. 

A autora
Débora Knust

Advogada especialista em aposentadorias e benefícios previdenciários.